English as a Lingua Franca (ELF): Cultural Aspects in Brazilain EFL Classes

06/12/2013 00:00

Halessa Fabiane Regis | 2013

Nos últimos anos, muitos pesquisadores da Linguística Aplicada têm afirmado que, como o Inglês hoje em dia tem um novo status, ou seja, tornou-se uma Língua Franca, é necessário criar uma maneira diferente de ensinar. Essa nova perspectiva, aqui chamada de Inglês como Língua Franca – ELF, implica abandonar as práticas tradicionais na sala de aula que dão ênfase nas variedades padrão de Inglês (Inglês Americano e Britânico basicamente) e na precisão de pronúncia e na cultura de países do círculo interno (Ex: EUA e a Grã-Bretanha.) Em vez disso, a perspectiva ELF favorece a inclusão de diferentes variedades de Inglês na sala de aula, uma ênfase na comunicação ao invés da precisão de pronúncia e em aspectos culturais locais e globais que tentam evitar preconceitos linguísticos e/ou culturais. Com base nessa nova visão para o ensino de inglês, esta pesquisa, qualitativa e não intervencionista, teve como objetivo investigar as relações entre ELF e cultura, em aulas de inglês como língua estrangeira (EFL) de dois grupos de alunos do curso extracurricular, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, SC. Mais precisamente este estudo investiga se a abordagem de ELF impacta as crenças e as práticas de dois professores na sala de aula; como eles lidam com a cultura no dia-a-dia; e quais são suas crenças sobre cultura. Os dados foram coletados e analisados a partir da perspectiva do pesquisador à luz de algumas teorias, principalmente as de Maley (2009), Rajagopalan (2004), Sarmento (2005), Kramsch (1993) e Mattos (2011). A fim de realizar a análise dos dados, em primeiro lugar, 16 aulas dos participantes (oito de cada) foram gravadas, e entrevistas individuais realizadas e transcritas. Em segundo lugar, as ocorrências locais e globais foram ressaltadas. Em terceiro lugar, as comparações e conclusões, a partir das respostas e ações dos participantes, puderam ser feitas, levando em consideração os objetivos desta pesquisa. Os resultados revelaram que os professores participantes parecem ter i) uma perspectiva de ensino voltada para o ELF, ii) crenças contraditórias em relação ao ensino da cultura e iii) práticas de ensino oscilando entre a forma tradicional e a abordagem de ELF. Em suma, alguns sinais em direção à perspectiva do ensino de inglês como língua franca foram percebidos na prática dos participantes. Ambos os professores tentam negociar significados e trazer a realidade dos alunos para as aulas, sugerindo uma visão de ELF como intercultural, podendo gerar menos preconceito linguístico e mais importância à cultura e à língua local. Outros estudos em outros contextos são necessários para se desvendar o impacto do ELF nas práticas dos professores e no aprendizado dos alunos a fim de melhor compreender as possibilidades de uso do inglês como língua franca.

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